Hoje chega aos cinemas mais um filme da saga do Rambo, e assim como os outros filmes, o personagem estrelado pelo Stallonne tem que entrar em mais uma batalha após algum tempo de descanso. Desta vez, é para salvar a Gabrielle (Yvete Monreal), a neta de sua vizinha no qual tem como filha e que acaba sendo sequestrada pelo cartel mexicano.
Aproveitando que já que estamos falando do México, o filme ainda trás uma crítica política envolvendo México e Estados Unidos. Em um dos momentos, John Rambo critica o fato de ‘sua filha’ ir cruzar a fronteira e ir a uma cidade no México, alegando que lá não tem nada de bom e induzindo que não são bons como os americanos. A crítica feita tarde a calhar em um momento em que crise imigratória entre o país do Chaves com o país do Rambo vem em um dos seus piores momentos. No filme ainda há uma cena debochando da cerca que há na fronteira entre os países, o que nos fazer do típico muro que o Trump quer construir. (Obs: Trump e o Stallone tem uma boa reação, o que pode ser usado como justificativa da propaganda patriota).
Se nos outros filmes Rambo é só ‘porradaria’ a partir de um certo momento, neste há uma história a seguir, envolvendo tráfico de pessoas e cenas fortes envolvendo estupro e mutilações. O impacto é tão forte que em alguns momentos gera um questionamento de que será que seria necessário mostrar este forte impacto envolvendo as mulheres? Estamos em 2019, não mais nos anos 80 e 90, apesar de que o público maioritário que irá assistir o filme com certeza vivenciou estas décadas, o roteiro poderia estar mais condizente com a era de progresso que vivemos. As cenas de ação não diferenciam muito com as vistas do personagem. Em alguns momentos, chega a ser trash e um pouco constrangedor, o que não difere muito dos filmes de ação das épocas citadas nesse texto. A busca pela ‘sua filha’ trouxe ainda um Rambo mais emotivo e, como sempre, proposto a voltar ao trabalho. Não é uma novidade, pelo contrário, já está sendo clichê.
“Rambo” também trás diversas referências aos outros filmes da saga, tanto em imagens quanto no modo de ação do personagem (não darei spoiler, apenas desafiarei a reparar nos ‘easter eggs’).
O mundo evolui, mas Rambo parou nas décadas passadas.