Em entrevista a Revista Piauí divulgada nesta sexta (07), Marco Pigossi contou que teve crise pânico após uma fake news em que dava a entender que o ator tinha um relacionamento com Rodrigo Simas.
Isso aconteceu no início de 2012, quando os dois artistas atuavam em “Fina Estampa”. Na matéria, não era dito o nome deles, porém pela escrita tudo levava a crer que eram eles, em que ainda enfatizava que se pegavam nos bastidores da novela.
“Quando eu estava no ar com a novela Fina Estampa, viajei para o Rio. Quando desembarquei no Aeroporto, abri meu celular e li uma notícia que eu estava tendo um relacionamento com um ator da mesma novela. Era mentira absoluta. A matéria não dava os nossos nomes, mas deixava claro de quem se tratava. Chegava a dizer que nós nos “pegávamos” nos bastidores das gravações.“
O intérprete do Zeca em “A Força do Querer” contou que era tudo invenção e que por causa disso desenvolveu uma crise de pânico, achando que a sua carreira tinha acabado e o medo de “sair do armário” contra a sua vontade.
“Era tudo invenção, mas as pessoas acreditam no que querem acreditar. Fiquei travado ao ler aquilo. Minha conta de WhatsApp já tinha dezenas de mensagens de pessoas próximas, que me mandavam o link da matéria. A falsa notícia se espalhou. Então, tive uma crise de pânico, comecei a tremer e suar. Eu dizia para mim mesmo que minha carreira tinha acabado. A crise me deixou com sequelas. Passei a tomar antidepressivos e ansiolíticos. O pânico de sair do armário contra minha própria vontade ficou ainda maior.”
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Ainda na mesma entrevista, Pigossi contou que não fala mais com o pai desde 2018, após sabe que votou em Jair Bolsonaro. O ator também disse que sua família sempre soube da sua sexualidade, mas seu pai nunca tocou sobre o assunto.
“Meu pai votou em Bolsonaro. Durante os oito anos do meu namoro com um homem, minha família sempre soube. Mas meu namorado e eu nunca jantamos com meu pai, que jamais perguntou sobre meu relacionamento.
Meu pai e eu tínhamos o hábito de pilotar moto. Minha vida amorosa era um não assunto. E, quando meu pai votou em Bolsonaro, senti uma dor profunda, uma tristeza profunda.
Afinal, Bolsonaro era o sujeito que dissera preferir um filho morto a um filho gay. Que gay é resultado da falta de surra. Que não é bom alugar uma casa para um gay porque desvaloriza o imóvel. Sempre tive dificuldade de entender como um pai escolhe votar num político que insulta seu próprio filho de modo tão visceral.
Meu pai e eu ficamos sem nos falar durante o ano da eleição – e até hoje temos contatos apenas esporádicos. O abismo, que já era grande, tornou-se ainda maior.“