Foto: Fernando Machado
Já faz uma semana que a CCXP terminou, mas durante os cincos dias em que estivemos lá, entrevistamos diversos artistas da chamada Artist’s Alley, que para quem não sabe, é uma parte do festival destinada aos artistas independentes nacionais e internacionais. Mas nesse momento, vocês irão descobrir três grandes ilustradoras que estiveram lá: Germana, Rebeca e Kaol.
Germana Vianna
A ilustradora sempre amou as HQs desde pequena e começou a trabalhar nos bastidores das revistas de quadrinhos, na área de design gráfico e de agenciamento de artistas para outros países. Um belo dia, ela foi na FIQ (Feira de Quadrinhos de Belo Horizonte) e o Jorge Pérez perguntou o que a estava fazendo fora do mercado e a partir desse dia ela nunca mais parou. Hoje atua de forma independente e também por alguns selos, como a Jambô. Ganhou um HQ Mix com empoderadas e um Ângelo Agostini como o melhor lançamento de 2018.
Rebeca Puig (Sailor Pizza)
Presente desde o primeiro ano da CCXP no Brasil organizando as mesas de representação e diversidade, este é o primeiro ano da Sailor como uma das artistas da Artist’s Alley. Hoje a artista tem seu próprio selo, a Bastie (nome relacionado a uma divindade egípcia, protetora das mulheres e dos gatos) em parceria com a Jambô, junto com a Flávia Gazzi (ex-VJ da MTV), cujo o foco é em quadrinhos, livros e dar espaço a minorias, sendo uma porta de exposição para estes artistas que, segundo a própria, deverão ser mais atacados neste governo e mostrarão muita força.
Kaol
Ilustradora há alguns anos, começando com uma ilustração que foi bastante sucesso na internet e depois no mundo das HQs, após enfrentar a sua insegurança.
Machismo
Um ponto em comum entre as três entrevistas foram o fato delas já terem sofrido com o machismo nesse meio. A Germana foi a que menos sofreu, pelo fato de já estar trabalhando no meio, mas mesmo assim ainda ouviu absurdos como “como você faz para diretor x gostar tanto de você?”, ignorando os seus trabalhos e seus prêmios. Já a Rebeca encontrou em si a resistência com o seu próprio selo.
Dica para iniciantes
Germana: “Sempre faça! Não faça como eu que demorei dez anos para lançar os meus próprios quadrinhos mesmo já trabalhando na área. Tudo isso vem dessa demora da insegurança que a sociedade termina criando na gente de trabalhar com um material que a galera acha que é de homens mas não é. Quer fazer, faz cara! Uma das coisas que é mais assustadora de trabalhar com qualquer expressão artística e ao mesmo tempo é mais libertadora é que você nunca vai estar pronto, você sempre vai evoluindo”.
Rebeca: “Eu acho que… escreva, desenhe, eu sei que não é um mercado fácil e que existem muitas portas que se fecham ou que nem se abrem para pessoas que são de minorias, mas encontra um grupo, una-se com outras pessoas, pois unidos somos mais fortes de verdade”.
Kaol: “Se arrisque, pois eu tinha muito receio de começar, pois achava que era muito complicado e realmente é, mas se a gente não tentar, a gente não sabe onde podemos chegar. Então tente e invista nisso e vai em frente que é muito legal”.