Lagum lançou na quarta-feira passada (14), o seu quarto álbum de estúdio, “Depois do Fim”. O álbum é continuidade do EP “Fim” lançado em março. O grupo experimenta vários elementos nunca utilizados por eles antes. “O álbum é um mergulho de introspecção. A gente deu uma boa subida de degrau nesse disco, que era uma intenção que a gente tinha antes do álbum e buscamos isso durante a produção”, celebra Zani, guitarrista do Lagum.
A banda, que perdeu um dos seus integrantes, traz um álbum mais maduro e coeso. Em 14 faixas, a banda passeia por todas as fases de um relacionamento. “A pessoa passa por um momento feliz, vai pros rolês, curte, sem pensar no futuro, só no prazer do momento. Até que a ressaca chega e começa um momento mais introspectivo, de olhar para dentro e se descobrir, admitindo coisas que às vezes não são bonitas de falar. Esse álbum visual admite coisas feias. É a sombra da personalidade que não tem como ignorar,
mas que passa pela cabeça de todo mundo. A cabeça do ser humano não é só flores. O álbum tem muita luz e sombra: descobrir coisas boas, superar, mas ao mesmo tempo olhar pra dentro, encontrar-se e admitir que você teve pensamentos ruins”, explica Pedro.
Mas as mudanças não são definitivas na banda, segundo os integrantes. Embora esse álbum soe diferente dos demais, ele não é um guia para o futuro da banda. “Eu sinto que falar que vem pra ficar ou que vai se transformar, eu acho muito complicado até porque a gente sempre está em constante mudança. E uma coisa que move muito, pessoalmente mas também eu sinto que todo mundo, é produzir coisas novas.” diz Otávio.
A ideia do álbum audiovisual surgiu pela necessidade de contar as histórias das músicas para além das composições. “A gente pensou muito em que situação as pessoas ouviriam essas músicas, foi muito
importante pra gente criar essas cenas. E também por um olhar mais assim do dia a dia, é cada vez mais difícil estarmos presentes no momento, reparar nas coisas, nos detalhes. Então a gente fez vídeos sem cortes, como se a pessoa estivesse presente naquele momento, ouvindo a música e apreciando uma paisagem, observando uma pessoa treinando ou dançando”, diz Pedro.
Embora esse seja um novo Lagum, a essência dos meninos e das músicas continua as mesma. Letras bem estruturadas, composições que falam com o público e melodias que acolhem. Lagum mostra amadurecimento, sinceridade e vulnerabilidade.