Olhe pro céu onde a lua vagueia
As estrelas brilham no chão
Sabedoria é a luz que clareia
Porto da Pedra no meu coração
Sou seu lunário! Conselheiro imortal!
Já ‘folheando’ cada ponto cardeal
Alquimia de almanaque (sou eu, sou eu)
Cada toque no atabaque (sou eu, sou eu)
Quem acendeu as lamparinas desse céu?
No Brasil os retirantes são os astros de cordel
O sertão profetizou, cada flor do Cariri
A ‘ciência’ desse povo, eu não guardo só pra mim
Separei as folhas secas misturadas no pilão
Confiei à rezadeira uma nova oração
Só porque eu escolhi, navegar por esse mar!
A viola perguntou para o santo do lugar:
Responda, ‘meu Sinhô’! Será que é amor?
Meu povo vai passar!
Tanta gente esperou por esse dia…
O pincel, a cantoria… Nunca foi ponto final!
E lá do ‘auto’ como a vida é um repente
O estandarte vai na frente
Muito mais que carnaval!
Vem Antônio, vem menino!
Seu destino é cirandar
Um brincante nordestino
A missão: perpetuar!
Quarto minguante, a moringa quase seca
Maré virou… Virou luar!
Tem alambique pra beber na quarta-feira
Okê, caboclo! Tempo bom vem pra ficar!
Quarto minguante, a moringa quase seca
Maré virou… Virou luar!
Tem alambique pra beber na quarta-feira
Faltava o Tigre pro lunário completar!