O projeto aborda de forma sensível a relação entre o humano e o sagrado
“Rum-rumpi-lé” chega como uma carta aberta de Luz Barbosa para si próprio. O diretor e documentarista brasileiro lapida um olhar sensível com o lançamento de seu primeiro curta-metragem solo, exibido em primeira mão na décima primeira edição do festival Super Off – Festival Internacional de Cinema Super 8 evento fomentado pelo coletivo paulistano Mundo em Foco, local que despertou o interesse do artista pela arte em película. Criado inicialmente como uma homenagem ao tambor, o curta logo evoluiu para uma reflexão profunda sobre as conexões humanas e espirituais que o Candomblé proporciona. “Rum-rumpi-lé” estreou nesta quinta-feira nas telas do Centro Cultural com sonorização ao vivo, feita por quatro ogãs – homens direcionado pelo sagrado para tocar os instrumentos utilizados nos rituais e festividades.
“Esta obra transcende o simples retrato de um processo de produção de atabaques, instrumentos de percussão fundamentais nas religiões afro-brasileiras como a umbanda e o candomblé”, resume o artista. O lançamento chega para somar a um portfólio rico que Luz vem construindo nos seus anos de carreira. Barbosa já assinou a série “Vidas que Transcendem” (Globoplay, 2024) e o reality show “Born to Fashion” (E!, 2024), e, agora, se prepara para o lançamento da nova série “Afrofluxo – O Som da Música Preta”, dirigida para o Canal Bis.
Luz é filho de Oxossi, foi iniciado para o Orixá por Iyalodê Marisa de Oyá, dirigente do Ilê Asé Oyásínà em São Paulo e dona da voz que nos conduz ao longo do filme. Encontrou no Instituto Tambor inspiração para expandir o escopo do filme, explorando a relação entre o sagrado, o som e as pessoas. Por meio de seu primeiro curta-metragem solo, o diretor não apenas retrata a essência d os atabaques, mas também celebra os encontros que fazem do cinema sua verdadeira fonte de inspiração. Após a estreia no Festival, o lançamento será disponibilizado no próximo ano, 2025.
SOBRE LUZ BARBOSA
Dono de um olhar atento, o diretor e documentarista brasileiro Luz Barbosa é inspirado pelas histórias que o rodeiam. Aos 26 anos, o criativo nascido e criado em Osasco, em São Paulo, transforma seu olhar e todas as camadas que o compõem enquanto pessoa transmasculina, negra e de axé, em projetos audiovisuais entre o cinema e a publicidade. No seu leque de trabalhos, o artista soma lançamentos de renome como as séries “Vidas que Transcendem” (Globoplay, 2024) e “Afrofluxo – Sons da Música Preta” (Canal Bis, 2024), e o reality show “Born to Fashion” (E!, 2024). Apaixonado por projetos em película, Luz experimentou tais processos analógicos pela primeira vez em 2018, quando lançou o seu curta-metragem de estreia. A partir daí, sua trajetória, inclinada também para o mercado publicitário, o possibilitou somar em campanhas, comerciais, clipes e projetos de entretenimento (séries e longas). Tudo culminou então no convite de Juliana Vicente (diretora, produtora e roteirista da Preta Portê Filmes), para que Luz integrasse a equipe do projeto “Vidas que Transcendem”, da Globoplay – marcando sua primeira direção de entretenimento. Agora, em 2024, ao passo em que o artista se prepara para avançar em seu primeiro longa-metragem, que irá discutir a hormonização de pessoas transmasculinas e sua relação, prática e poética, com a testosterona, Luz prepara o lançamento de “Rum-rumpi-lé”, seu primeiro curta-metragem solo, previsto para agosto.