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Entrevista – Guitarrista do Detonautas, Renato Rocha fala sobre o momento em que estamos passando e clipe “Fica Bem”, que homenageia profissionais que atuam em meio a pandemia; banda fará live neste domingo (05)

Detonautas
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Logo mais, a partir das 18h, o Detonautas irá realizar a sua segunda live, para comemorar o mês do rock. Com isso, entrevistamos o Renato Rocha, guitarrista da banda, para falar um pouco de como será a apresentação e sobre o mais novo clipe da banda, o “Fica Bem”.

Para quem ainda não o conhece, o clipe foi lançado na semana passada e homenageia os profissionais que estão trabalhando em meio a pandemia de coronavírus, que vão deste a trabalhadores da área da saúde até a motoboys e caixas de supermercado.

Além do vídeo, também perguntamos ao Renato como a banda enxerga o momento em que estamos passando, já que infelizmente alguns desses profissionais vem sendo atacados por grupos ‘cegos ideologicamente’, como são os recentes casos de militantes políticos invadindo hospitais, seguindo a ideia dado pelo presidente Jair Bolsonaro durante uma live, e de ataques a profissionais de imprensa.

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OA – Vocês estão lançando agora o clipe de “Fica Bem”, que homenageia os profissionais de saúde. Como surgiu essa ideia da música e consequentemente do clipe?

Renato – “A própria quarentena e todo esse processo de isolamento social foram os motivos. A música e o clipe nasceram justamente porque as atividades essenciais não podem parar, esses profissionais estão expostos na linha de frente e quisemos prestar essa justíssima homenagem.”

OA – No vídeo há histórias de profissionais de serviços essenciais em meio ao momento em que estamos vivendo. Como elas chegaram até vocês?

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Renato – “As imagens foram captadas pela equipe responsável pela gravação e produção do clipe, após exposição e desenvolvimento da ideia.”

OA –  Em meio ao tempo que vocês homenageiam os profissionais dos serviços essenciais, também vemos um ódio a eles. Temos aí militantes fanáticos invadindo hospitais, hostilizando jornalistas e propagando fake news, distorcendo conceitos médicos em prol de um remédio cuja a eficácia ainda não foi comprovada e assim vai. Como vocês estão enxergando isso?

Renato – “Essa galera está cega ideologicamente e fora do campo democrático, com discursos antidemocráticos e autoritários. Não há diálogo com essa turma que nega a ciência e ataca irracionalmente quem presta serviços essenciais para todos os brasileiros e brasileiras. A nossa maneira de confrontar essa narrativa distópica e absurda é mostrar apoio e homenagear justamente todas essas pessoas que estão se expondo para manter o essencial funcionando. Acreditamos que a gente colhe o que planta e esses que disseminam fake news terão o que merecem, dentro dos parâmetros da Constituição e da justiça.”

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OA – A ideia de vocês é de que fosse uma marca registrada da banda para quem for estudar sobre o tempo em que estamos vivendo no futuro. Vocês pretendem focar ainda mais nesse quesito, como por exemplo, fazendo uma crítica?

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Renato –  “Em ‘Fica Bem’ a gente praticamente esgota esse retrato do isolamento social e da pandemia, não pretendemos repetir esse tema, até porque muitos artistas estão abordando o assunto também. A crítica política também faz parte do universo da banda e podemos sim, vir a compor alguma música sob esse ponto de vista.”

OA – Falando desse momento em que estamos vivendo de pandemia, como você e a banda estão encarando lidando e também como estão fazendo para manter a produção?

Renato – “Estamos mantendo o isolamento social com bastante cuidado. Saímos muito pouco, apenas para o essencial, justamente para colaborar com aquelas pessoas que precisam sair. Estamos produzindo com cada um trabalhando de casa, em seus estúdios caseiros, e enviando suas partes gravadas via internet uns aos outros para continuarmos ativos, diminuindo um pouco o efeito psicológico desse distanciamento.”

OA – Ainda continuando na área, o entretenimento se reinventou com as lives e até mesmo a volta do ‘drive-in’. Apesar de ser bom por um lado, por outro vem tendo críticas, já que algumas lives estão sendo super produzidas e o ‘drive-in’ não chega ser acessível igual a um show comum.  Como a banda enxerga essas ideias?

Renato – “Estamos todos reinventando a vida de uma forma geral, as crises geram inovações sempre, algumas serão aceitas, outras não. Ainda não estamos bem certos sobre esses formatos novos, mas o viés principal tem que ser o da preservação de vidas e da saúde de todos.” 

OA – Quais são os projetos futuros da banda?

Renato – “Estamos produzindo muitas músicas e vendo com nosso empresário, Juca Müller, e nossa gravadora, Sony Music Brasil, o que faremos com elas… se vai virar um álbum, um EP, ou singles… mas pelo menos estamos com uma safra bem bonita de músicas novas e isso já nos traz um horizonte e um conforto nesses dias difíceis.”

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