Festas, personagens brasileiros e uma comemoração que virou frustração destacaram a segunda noite e última noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, ocorrida na noite do última segunda (20).
Mais seis agremiações adentraram a pista do Sambódromo carioca numa maratona que terminou por volta das 5h40 da manhã desta terça (21) de carnaval.
A Imperatriz Leopoldinense contou a saga do cangaceiro Lampião através do universo cordelista, enquanto que a Unidos do Viradouro apresentou a história de Rosa Maria Egipcíaca, primeira mulher a escrever um livro no Brasil. A Vila Isabel passeou pelas festas religiosas ao redor do mundo, ao passo que a Beija-Flor – contando com o reforço da cantora Ludmilla no carro de som da escola – falou sobre o bicentenário da independência brasileira na Bahia.
TUIUTI — Sabe aquele enredo que tem início, meio e fim, sendo bem contado? Foi o que a escola de São Cristóvão fez ao narrar a chegada dos búfalos à Ilha de Marajó. Uma apresentação tranquila, bem requintada visualmente e com os quesitos musicais fluindo bem. Carimba sua permanência e, porque não, beliscar uma vaga nas Campeãs?
PORTELA — Na maioria dos quesitos era um desfile à altura do centenário da escola. Até o terceiro carro emperrar no setor 3 e jogar tudo pelos ares. Uma infelicidade que podia acontecer em qualquer desfile. E de uma até potencial favorita, a águia se limita a entre brigar pela última vaga nas campeãs ou até se preocupar com a parte de baixo da tabela.
VILA ISABEL — As festas religiosas trouxeram uma apresentação impecável nos quesitos de pista e, num contexto geral, o melhor desfile de Paulo Barros em pelo menos 7 anos. Destaque ao bom rendimento do contestado samba graças a excelente atuação da ala musical e bateria — que trouxe uma paradinha em ritmo de festa junina. Temos aqui uma favorita ao título.
IMPERATRIZ — Mais um desfile com credenciais de favoritismo. A saga de Lampião entre o céu e o inferno fez a escola de Ramos ter uma grande apresentação, com um enredo bem contado, sendo perfeita nos quesitos de chão e tendo um belo visual — embora que apesar de ter fantasias bem caprichadas, as alegorias podem deixar alguns décimos pela pista. Nada que atrapalhe o leopoldinense a sonhar com a taça que não vem há 22 anos.
BEIJA-FLOR — Visualmente foi competente e nos quesitos de pista — sobretudo na parte musical — deu mais um banho (a escola foi agraciada com o Estandarte de Ouro de melhor escola), mas os problemas ocasionados pelo princípio de incêndio no abre-alas atrapalharam as pretensões da azul e branca de sonhar mais alto. Apesar do susto, entra em vantagem pra brigar pela última vaga nas campeãs.
VIRADOURO — Poucas palavras podem definir tão bem o desfile da escola de Niterói como arrebatador. Arrebatador do começo ao fim. Luxo, requinte visual, uma aula de enredo (sobre Rosa Maria Egipcíaca) e quesitos musicais que funcionaram muito bem. É favorita ao título e, talvez, com um corpo a frente de Imperatriz e Vila Isabel.
E agora?
Passados os doze desfiles, a tendência é que o título fique entre Viradouro, Vila Isabel e Imperatriz Leopoldinense — com a escola de Niterói tendo leve vantagem. Mangueira e Grande Rio, que passaram no domingo, correm por fora. Pra fechar o grupo das seis que voltam nas campeãs, a Beija-Flor desponta pra preencher a vaga, mas pode acabar sobrando pra Portela (apesar do problema) ou até o Tuiuti. A aguardar o que os 36 envelopes nos reservam.
Favoritas: Viradouro, Vila Isabel e Imperatriz
Correm por fora: Mangueira e Grande Rio
Briga pelo sábado: Beija-Flor e Portela (apesar dos problemas de ambas)
Zona da marola: Tuiuti, Salgueiro e Tijuca
Rebaixamento: Império Serrano e Mocidade (esta última com um pouco mais de perigo)