Confira abaixo a letra de “Lugares de Arlindo”, samba-enredo da Império Serrano em homenagem ao Arlindo Cruz.
Acorde partideiro sem igual, nascia então, um samba do seu jeito
Reluz feito candeia, imortal, o compositor, sambista perfeito
Levada de tantã, banjo e repique, poesia de um cacique, malandragem deu lição
Inspiração de ventre ancestral, o dueto, a patente vêm do fundo do quintal
Na boêmia, no subúrbio, na viela… O seu nome é favela: Madureira
Dagô, dagô saravá, obá kaô
O brado que traz justiça, faz a vida recompor
Deixa, o fim da tristeza ainda há de chegar
O show do artista vai continuar
Morando nos sambas que você fez pra mim
Imperiano sim!
No verso que aflora
Giram os sonhos da porta-bandeira
O amor de Orfeu melodia namora
Serrinha é teu canto pra vida inteira
Dagô, dagô, é a lua de Aruanda
A espada é de guerra, e Ogum vence demanda
Cercado de axé, semeia o bem, o povo a cantar: lalaiá lalaiá laiá
Receba a gratidão, reizinho desse chão, aqui é o teu lugar
Uma porção de fé… O filho do verde-esperança nos conduz
Zambi da coroa imperial, abiaxé, Arlindo Cruz
Firma na palma da mão, tem alujá e agogô
Império de Jorge, oxê de Xangô
Laroyê epa babá
Há de roncar meu tambor
O verso de Arlindo, morada do amor