Eis o poder que rasteja na terra
Luz pra vencer essa guerra, a força do Vodun
Rastro que abençoa Agoye
Reza pra renascer, toque de Adarrum
Lealdade em brasa rubra, fogo em forma de mulher
Um levante à liberdade, divindade em Daomé
Já sangrou um oceano pro seu rito incorporar
Num Brasil mais africano, outra areia, mesmo mar
Ergue a casa de Bogum, atabaque na Bahia
Ya é Gu Rainha, herdeira do candomblé
Centenário fundamento da Costa da Mina
Semente de uma legião de fé
Vive em mim, a irmandade que venceu a dor
A força, herdei de Hundé e da luta Mi no
Vai serpenteando feito rio ao mar
Arco-íris que no céu vai clarear
Ayi! Que seu veneno seja meu poder
Bessen que corta o amanhecer
Sagrado gume-kujo
Vodunsis o respeitam, clamam Kolofé
E os tambores revelam seu afé
Ê alafiou, ê alafiá!
É o ninho da serpente jamais tente afrontar!
Ê alafiou, ê alafiá!
É o ninho da serpente preparado pra lutar!
Arroboboi, meu pai! Arroboboi, Dangbé!
Destila seu axé na alma e no couro
Derrama nesse chão a sua proteção
Pra vitória da Viradouro!