Sagrado tambor de fé (ô! de fé)
É de enfrentar maré!
Brada seu vissungo
Africano chão fecundo
Que o escravo ganhou mundo
Pra louvar seus ancestrais
Trouxe de Angola
Resistência quilombola
E rompeu a dor da argola
Pelas bandas das Gerais
Bota preto Benedito no altar
Que não tem mais capiongo não
Reina o Congo sem calvário
Para a virgem do Rosário
Fiz a minha oração
Céu de fita! Chão de terno
No estandart e brilha eterno
A divina santidade
Vela acesa dor curada
Tem caboclo e marujada
Pelas cores da saudade
Toca o sino da igrejinha e a cidade se agita
Dançam corpos feito pipas pra Nobreza coroar
Se o cortejo emudece…
Em silêncio Mestre Zanza
Pra provar que a Intolerância não merece o meu cantar
Arreda minha gente!
Arreda do caminho
Que lá vem Nossa Senhora vem trazendo seus anjinhos
Tem desfile em romaria a negrura enfeitada
Santo Rei do meu legado
Vem fazer sua congada
Niterói em louvação
Faz a manifestação
Ganha a rua o som do preto
Vem trazer a batucada
Sou das Minas peregrino
O milagre a se mover
Oiá lá oia eu tô
No cortejo do Catopê