Salve as Iabás, ora ie ie ô
Saluba Nanã, odociabá
Sou a ciranda, tenho a melodia
E moro na Ilha de Itamaracá
Salve as Iabás, ora ie ie ô
Saluba Nanã, odociabá
Povo do Samba, eu me chamo Lia
Trago a poesia desse meu lugar
Vim aqui me apresentar
Sou filha das águas mulher guerreira
A inspiração vem do mar
Com as ondas na branca areia
A brisa sopra mais forte
Na cana e nos coqueirais
Lua prateia serena
Nos rios e manguezais
Pulsa minh’alma de artista
No folclore do meu chão
O tom e as cores da ilha
Vivem na minha canção
Cirandeiro ah, cirandeiro ê
Rainha Preta, a voz que tem poder
Cirandeiro ê, cirandeiro ah
Entra na roda vamos cirandar
Reis e Rainhas na lida ao Sol
Ganham a vida com próprio suor
Salve a padroeira, as festas, a pesca e a paixão
Tempero e sabor mainha deixou
Herança pro meu dia a dia
A minha folia é lembrada
No Galo da Madrugada
E no carnaval sou estrela
Meu colorido é axé
No Império da Tijuca
Minha emoção faz tremer a avenida
Sou a negritude, a música
E a cirandeira tão querida