Carnaval 2024

Mocidade abre rodada de ensaios técnicos no RJ embalada em samba que virou hit nas plataformas digitais

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Atenção, atenção, foliões de todo Brasil! O carro do “oooooi oi oi oooooi, oi oi oi oi oi oi oooooi” está passando na sua rua!

Melhor dizendo: no seu tocador de streaming.

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O caju viralizou! E não se fala em outra coisa nas discussões sobre carnaval, nas redes, nas ruas e até entre quem não liga muito pra festa. A fruta tipicamente brasileira é o enredo que a Mocidade Independente de Padre Miguel vai levar para a avenida no desfile de 2024. E para contar essa história em verso e prosa, a escola da Zona Oeste do Rio apostou em um samba-enredo bem-humorado, cheio de sacadas e duplos sentidos – um deles até sugere “erguer um monumento para seu Luiz Inácio”, no que pode ser interpretado como uma citação (quase) direta ao presidente Lula, mas que na verdade refere-se ao pescador Luiz Inácio de Oliveira, que em 1888 plantou no Rio Grande do Norte o maior cajueiro do mundo.

A fórmula deu resultado: “Pede Caju que dou… Pé de Caju que dá” caiu no gosto popular e tornou-se esta semana a música mais ouvida da playlist “Viral Rio de Janeiro BR” no Spotify, ficando à frente de artistas como Filipe Ret e MC Cabelinho. E o termômetro desse sucesso será medido neste domingo (7), quando a escola abre a rodada de ensaios técnicos do Grupo Especial no Sambódromo carioca, ao lado da gonçalense Unidos do Porto da Pedra (entrada franca).

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A obra, criada a partir do enredo desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira, tem um supertime de autores, que vai do humorista Marcelo Adnet à compositores renomados no samba como Paulinho Mocidade, Diego Nicolau, Richard Valença e Cláudio Russo. E se, como diz a letra, “o pecado é devorar”, a agremiação – e os pais da obra – devoram do sucesso do caju dia sim, o outro também.

“A gente misturou clichês do samba-enredo que são importantes com um samba que as pessoas convencionaram a chamar de ‘samba-piranha’: fácil, delicinha, pra você dançar. O samba tem essa coisa informal, sacana, leve, gostosa e saborosa, como é o caju”, contou Adnet em entrevista à Rádio CBN.

O caju caiu na boca do povo. E caiu nas graças até do prefeito do Rio, Eduardo Paes – um notório portelense.

Mas afinal, porquê o caju faz sucesso? Para o jornalista Marco Andrews Maciel, fundador do site especializado Sambario, diversos fatores fizeram o samba viralizar. “Em meio às dificuldades administrativas, a Mocidade despontar com um enredo descompromissado e um samba irreverente, que inclusive não tem tanto a cara da escola e tampouco a cara do Zé Paulo Sierra [intérprete da escola], acostumado a sambas mais densos. Mas o intérprete comprou a ideia e hoje você não imagina outra voz defendendo a obra. É uma sucessão de fatores que tá impulsionando o sucesso do samba-enredo e a esperança do gênero voltar a ficar na boca do povo. Deve ser aqueles acontecimentos únicos no carnaval.”, pontuou.

A Mocidade tenta se recuperar de um amargo 11° lugar no carnaval do ano passado, quando apresentou um enredo sobre o artesanato. Em relação ao desfile que passou, a escola mexeu em alguns segmentos. A principal contratação para a temporada 2024 foi a do intérprete Zé Paulo Sierra, que nos últimos nove anos defendeu a Viradouro. A verde e branca, que foi campeã por seis vezes (a última em 2017, dividida com a Portela), vai abrir o desfile de segunda-feira, 12 de fevereiro, por volta das 10 da noite.

Nas décadas de 1980 e 1990, os sambas-enredo dominavam as paradas de sucesso. Ao que parece, Padre Miguel está provando que os bons tempos estão de volta.

Confira AQUI a letra do samba-enredo da Mocidade

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