Em experiência inédita na sua carreira, a cantora Anitta é autora de um samba-enredo que concorrerá na disputa pelo posto de hino oficial da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025.
A artista compôs a canção ao lado de nomes como o pagodeiro Feyjão, o compositor Fred Camacho, o intérprete e também compositor Diego Nicolau, que escreveu ao lado de Marcelo Adnet o samba de 2024 da Mocidade Independente de Padre Miguel sobre o caju que viralizou nas plataformas digitais, e o cineasta Estêvão Ciatta, marido de Regina Casé – imagens que circulam na internet desde terça-feira (25) mostram a apresentadora participando da gravação do samba. “Anitta ficou toda envolvida com essa coisa da espiritualidade dela, nos últimos acontecimentos, lançou clipe sobre isso recentemente…”, explicou Feyjão ao podcast Bulldog Show.
Décima primeira colocada este ano, a escola do Morro do Borel terá como enredo no ano que vem a história de Logun-Edé, orixá de cabeça de Anitta, que é candomblecista. Em maio, a cantora perdeu mais de 200 mil seguidores no Instagram ao divulgar fotos em um terreiro, como parte da divulgação do videoclipe da canção “Aceita”.
A disputa de samba-enredo na Unidos da Tijuca irá começar no dia 1º de agosto. As eliminatórias serão realizadas até 21 de setembro, data em que a agremiação vai escolher a obra que irá embalar seu desfile de 2025 – a tetracampeã será a primeira escola a desfilar na Sapucaí na segunda-feira de carnaval, dia 3 de março.
Confira a letra:
Reflete o espelho… Orisun
Nas águas de Oxum
À luz de Orunmilá
Magia que desaguou na ribeira
E fez o caçador se encantar
Sou eu, sou eu
Príncipe nascido desse grande amor
Herdeiro da bravura e da beleza
É da minha natureza a dualidade e o fulgor
De tudo que aprendi, o todo que reuni
Fez imbatível a força do meu axé
Com brilho imenso, desafio o consenso, inquieto e intenso
Sou Logum Edé
Oakofaê, odoiá
Oakofaê, desbravei o mar
Não ando sozinho montei no cavalo marinho
Abri caminho pro povo de Ijexá
E no rufar dos Ilus meu tambor
A fé no Kale Bokum assentou
A proteção de meus pais, ofás e abebés
Sou a Tijuca e seus candomblés
Um lindo leque se abriu, ori do meu pavilhão
Amarelo ouro e azul pavão
Orixá menino que velho respeita
Recebi sentença de pai Oxalá
Eu não descanso depois da missão cumprida
A minha sina é recomeçar
Logun edé
Logum arô
Logun edé loci loci Logun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor