
Tambor quando toca é voz de orixá
É feitiço de Ilá ôô
Tambor quando toca é voz de orixá
Se a pele arrepiar, incorporou
A mensagem de Exu na Bahia (Ê Bahia)
Na travessia do brado de nosso axé
Encruza das ondas e alforrias
Ergueu a luta do meu candomblé
Maré que me leva, encontro das almas
A dor que se acalma, o grito aflito
É verso escrito entre Ayê e Orum
É choro incontido ao toque do Rum
Maré que me leva, encontro das almas
No couro, nas palmas, no chão do terreiro
O som brasileiro na pele e na cor
O afro erudito em Bantu e Nagô
Sou eu a mistura da fé africana
A paixão que venceu a demanda
Onde o povo retinto uniu
Eis o meu nome assentado em terras de paz
Onde reinam os meus orixás
Eu me chamo Ilê Brasil
Quando ronca o som do couro
A mandinga do chão de crioulo
Se faz cantoria de axé
E a rua se torna um só carnaval
Nossa ópera é ritual
Pra louvar o seu candomblé
Alabê chamou… E eu não vou embora
A magia do preto… Em Cima da Hora
Segura o corpo que eu quero ver
Quando a força do Cangerê
For poder de romper aurora