Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a legião que vem lá do Boulevard…
O breu e o susto em meio à floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vade-retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia-noite
Foi-se a noite de luar (oooi)
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas, credo em cruz Ave Maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar…
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha Vila sempre foi bicho-papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa rebuliço arrastando a multidão
Solta o bicho, dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
O caldeirão vai ferver, eu quero ver segurar
Não tem jeito, a Vila vai te pegar!