Produzida por João Wainer, “A Jaula” é uma produção brasileira estrelado por Chay Suede, Alexandre Nero e Mariana Lima. O filme de suspense com potencial de revitalizar a imagem do cinema nacional, tem estreia prevista para 17 de janeiro nos cinemas.
Com uma premissa mais sinistra e transbordando debate cultural, a obra conta sobre Djalma, um ladrão que se envolve em um jogo psicológico de gato e rato com um rico médico. Djalma segue seu caminho em São Paulo, tendo como alvo um carro de luxo que já estava nos seus planos há um tempo. Tudo ocorre como previsto, ele entra no carro e rouba o que quer, mas quando está prestes a sair, ele percebe que foi trancado dentro do automóvel e que não consegue sair facilmente. O que ele não percebeu é que caiu na armadilha de um médico cauteloso, insatisfeito com a segurança pública, que estava planejando a armadilha há tempos, já que ele foi o alvo de vários roubos e decidiu vingar-se. Agora a questão é: Quem é o vilão e quem é a vítima?
Obviamente um filme que dá espaço a um debate cultural sobre a segurança dos cidadãos e sobre como um badido e alguém com um cargo importante na hierarquia social são retratados pela comunidade e pela imprensa. Djalma é um ladrão de carros, jovem, da periferia, previamente julgado por homicídio, que possui uma mulher e um filho pequeno para cuidar, e do outro lado temos um médico ginecologista conhecido por seus ideiais, cansado de trabalhar e buscar sempre ser um “cidadão do bem”, de pagar seus impostos e de ver seus bens materiais serem roubados e sua integridade e de sua família violada inúmeras vezes. O diretor nos força a escolher quem será o vilão da história, se será o ladrão que tentou roubar o carro ou o médico que deixou um ser humano em seu carro por mais de 4 dias sem comida, água e ferido.
De primeira vista, se o espectador não soubesse que se tratava de um filme acional. poderia muito fácil ser confundido por um filme do exterior de tamanha estrutura, assim como os efeitos especiais e a qualidade da imagem do filme. Chay Suede entrega uma de suas melhores performances de sua vida interpretando Djalma que se tornou literalmente irreconhecível, e muito mais maduro em comparação com seus outros trabalhos como “Rebelde” da Record, e a novela da Globo “Amor de Mãe” Com um arco narrativo inicial bem desenvolvido, a obra se torna seduzente para quem está assistindo, com momentos frios e quentes ele deixa o espectador ansioso pela falta de previsibilidade do filme, o que o tornou ainda mais interessante.
Porém ao chegar nas cenas finais se perde o foco e se termina o filme esperando por mais, como se a obra não tivesse sido filmada por completo, se tornando uma grande falha do filme que deixa a desejar. Temos um filme nacional com bons efeitos especiais, bom roteiro inicial, boas performances teatrais e uma ótima imagem, mas se perde brilho pela falta de conclusividade com cenas fora da realidade.