CríticaTeatro

Resenha: “Misery” combina elenco alinhado e trama envolvente

Advertisement
Continua após a publicidade..
Continua após a publicidade..

Estreou no último dia 4 de fevereiro, no Teatro Porto Seguro, o espetáculo Misery, uma nova versão brasileira da adaptação para os palcos de um grande clássico do autor norte-americano Stephen King, intitulado Misery – Louca Obsessão. Com elenco composto por Mel Lisboa, Marcello Airoldi e Alexandre Galindo, a obra narra, de uma forma diferente e envolvente a trama, que começa a partir de um acontecimento que faz com que um renomado escritor e sua maior fã, tenham os caminhos cruzados.

Paul Sheldon (Marcello Airoldi), reconhecido por sua maior obra, a série de best-sellers protagonizados pela personagem Misery Chastain, se envolve em um grave acidente, próximo à casa de sua maior fã, a enfermeira Annie Wilkes (Mel Lisboa), que, assim que o reconhece, o leva para ficar sob seus cuidados. Mas o que parece uma história de carinho entre ídolo e fã, ganha traços macabros a partir do momento em que o espectador começa a entender que, na verdade, a moça apresenta grandes distúrbios psicológicos, ao revelar uma verdadeira dependência emocional da personagem dos livros de seu ídolo.

(Leekyung Kim)

As coisas ficam ainda piores quando, ao descobrir que Misery morre na última obra de Sheldon, Annie entende que o escritor merece pagar pelo sofrimento que causou a ela ao dar este desfecho à personagem. A partir disso, o que se segue são diálogos densos, uma trilha sonora capaz de deixar qualquer pessoa apreensiva pelos próximos passos de Annie e uma verdadeira “montanha-russa” de emoções sobre a jovem. Os sentimentos de Paul a respeito de Annie também mostram-se intrigantes, pois há momentos em que o autor realmente parece estar vivendo uma espécie de “Síndrome de Estocolmo”, onde se apresenta compreensivo sobre o que a moça sente, entretanto, em algumas viradas, Paul também tenta fugir do local onde é mantido por ela, em instantes de lapso de sua fã.

A atriz Mel Lisboa apresenta em cena é uma Annie com traços de um certo carisma, que leva o público às risadas, por vezes. Com seu jeito humilde e descontraído, Annie não segue em nada os padrões de uma vilã clássica, pois também consegue convencer quem está assistindo de que ela nutre verdadeiros sentimentos por Paul Sheldon e aquilo tudo, no fundo é uma tentativa de estar perto de seu maior ídolo. Mesmo em seus momentos de raiva do autor, quando chega a querer mudar o que Sheldon está escrevendo, a jovem transparece carinho pelo homem, mesmo que da maneira errada, tão obcecada de lidar com a situação. Ao mesmo tempo, sua faceta dissimulada também aparece ao que o investigador do sumiço de Sheldon, interpretado por Alexandre Galindo

Advertisement
Continua após a publicidade..
Advertisement
[smart_post_show id="61047"]
, chega à casa de Annie, desconfiando de que a moça pode estar com ele, já que as evidências apontam para aquilo. Ao ser confrontada, ela se mostra triste e abalada pelo desaparecimento do homem, ao mesmo tempo que sabe muito bem onde ele está.

Continua após a publicidade..
(Leekyung Kim)

Todo o espetáculo acaba por ser uma verdadeira experiência que mexe com todos os sentidos, já que conta com, além de uma trilha sonora arrepiante, projeções no fundo do cenário, que dão ainda mais a noção do que Paul Sheldon passa em seus delírios e pesadelos com aquela mulher dizendo o tempo todo que é sua maior fã e até revelando sua face mais maligna.

A sintonia entre os atores é um grande ponto a ser destacado em Misery. Mel Lisboa, Marcello Airoldi e Alexandre Galindo, levam o espectador a se envolver com a história de maneira profunda, como se estivesse realmente dentro de uma trama com muito suspense e tensão. Os cenários, que são simplesmente a casa de Annie sob várias perspectivas, dão o tom da peça através de recursos de luz e som.

O espetáculo Misery está em cartaz no Teatro Porto Seguro, que segue todas as recomendações de segurança contra a COVID-19, incluindo o distanciamento, não mais obrigatório, entre os assentos.

MISERY 

Temporada até 27 de março de 2022 no Teatro Porto Seguro em São Paulo (SP).

Continua após a publicidade..

Sexta a domingo (sextas e sábados, às 20h e domingos, às 19h) 

As sessões aos domingos contam com intérprete de Libras

Ingressos: Plateia: R$ 80 / Frisas e balcão: R$ 60

Classificação:  14 anos 

Duração: 120 minutos

Gênero: Suspense

TEATRO PORTO SEGURO

Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo.

Telefone (11) 3366.8700

Bilheteria: 

Aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. 

Clientes Cartão Porto Seguro têm 50% de desconto.

Clientes Porto Seguro têm 30% de desconto.

VendasSympla

Capacidade: 508 lugares.

Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).

Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.

Estacionamento no local: Estapar R$ 20,00 (self parking) – Clientes Porto Seguro têm desconto.

Advertisement
Advertisement
Nicole Gomez
Formada em Rádio e TV, sou uma apaixonada por Teatro Musical e acredito que a Cultura pode mudar vidas.

More in:Crítica