Ontem foi realizado no Edifício Manchete, na Glória – Zona Sul do Rio de Janeiro, a coletiva de imprensa para a apresentação do mais novo teatro carioca: o Teatro Prudential.
Localizado onde era o Teatro Adolfo Bloch (dono do Grupo Manchete), o espaço conta conta com cinco salas, sendo uma delas do tamanho real do palco e capacidade para 350 espectadores. A parede no fundo da casa também é um grande destaque, pois ela se abre, dando vista a um espaço que futuramente será um bistrô.
Fechado anteriormente por falta de investimentos, a revitalização do espaço contou com o apoio de 60% vindo da Lei Rouanet e outros 40% vindo de iniciativa privada (Seguradora Prudential e Aventura).
Durante a coletiva, a Aniela Jordan, produtora teatral e sócia de Luiz Calainho (empresário dono da Aventura), falou que o teatro pretende investir em uma companhia residente fixa. Calainho também falou sobre a dificuldade econômica que estamos vivendo em relação a cultura. “É muito bom que ainda existam empresas que são a favor da maré, que acreditam na vontade do Brasil e que incentivam cultura no nosso país.” “Patrocinadores são peças chaves para tudo isso acontecer, disponibilizamos ingressos para alunos da rede pública, com intuito de democratizar o acesso”
Em cartaz a partir da próxima sexta (24), os atores da peça Panorâmica Insana (Cláudia Abreu, Leandra Leal, Rodrigo Pandolfo e Luiz Henrique Nogueira) também participaram da inauguração. De autoria de Cláudia Abreu e Luiz Henrique Nogueira, o espetáculo fala do ser humano como motivo-problema da sociedade se ver em um estado violento, com uma calamidade educacional sócio-econômica. A peça também conta com pequenas atualizações jornalísticas em cada encenação. “Chegamos com a carcaça praticamente, e fomos montando o que queríamos dizer com propriedade” – disse o ator Rodrigo Pandolfo sobre a pré-produção de PI.
Proprietária do Teatro Rival junto com a sua mãe (Ângela Leal), Leandra Leal disse que a classe artística está sofrendo um ataque a fazer cultura. Recentemente, Rival perdeu o seu maior patrocinador, a Petrobrás.
“É uma batalha, uma intensa batalha”. “É um ataque ideológico a cultura, estamos vivendo uma crise de segurança, as pessoas estão circulando menos pela cidade. É difícil, muito difícil” – disse a Leandra ao OA sobre o desafio de manter um teatro.