By O funkeiro MC Marcinho morreu na manhã deste sábado (26) no Rio de Janeiro aos 45 anos. A informação foi confirmada pelo Hospital Copa D’Or, em Copacabana, onde estava internado desde 27 de junho para tratar um quadro de insuficiência cardíaca e renal.
“O Hospital Copa D’Or confirma, com pesar, a morte do paciente Marcio André Nepomuceno Garcia na manhã deste sábado, vinte e seis de agosto, às 9h10 em decorrência da falência múltipla de órgãos. O hospital se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda” – disse o comunicado. Marcinho chegou a entrar na fila para transplante de coração, mas saiu da mesma na última semana após piora em seu estado de saúde.
Nascido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Marcio André Nepomuceno Garcia tornou-se o “Príncipe do Funk” e um dos pioneiros do gênero nos anos 1990. Mudou-se para Bangu, na Zona Oeste, ainda na adolescência. A identificação foi grande que na canção “Zona Oeste” – parceria com Bob Run – ele se identificava como “Marcinho de Bangu”. O primeiro sucesso foi “Rap do solitário” (dos versos “Amor, por que você me trata assim? / Apenas quero te fazer feliz…”) que ele escreveu após uma desilusão amorosa e conquistou o terceiro lugar num concurso.
O auge não demorou a chegar. E na virada dos 90 para os anos 2000 Marcinho emplacou outros sucessos como “Glamurosa”, “Vou catucar”, “Tudo é Festa” e “Garota Nota 100”, que viraram preferência nacional e figuraram nas paradas de sucesso. A letra de Glamurosa (do refrão “Glamurosa, rainha do funk / Poderosa, olhar de diamante”), aliás, foi inspirada na apresentadora Xuxa Meneghel. “O ‘rainha do funk” tem a ver com a Xuxa, né? Porque ela é nossa rainha. Era considerada a rainha dos baixinhos, mas ela é a rainha do funk. Ela foi uma das primeiras a bater no funk que era funkeira, que não tinha preconceito e levava todos os MCs, os artistas do funk em seu programa. Eu passei a ser um cara conhecido no Brasil todo e até mesmo fora do Brasil justamente por causa do programa da Xuxa e por causa do programa da Regina
Além do sucesso, a vida de Marcinho também foi de muita dificuldade. Em 2006, sofreu um grave acidente com a van onde estava com sua equipe, que bateu em um ônibus e causou a morte de duas pessoas. Marcinho ficou oito meses no hospital e chegou a retornar aos palcos de cadeira de rodas. Em 2019, um princípio de infarto o levou novamente ao hospital. No ano seguinte, foi novamente internado por conta de complicações da Covid-19. No início de 2023, fez uma campanha em suas redes sociais para conseguir uma cirurgia de implantação de um marcapasso por seu convênio de saúde: “Galera, estou precisando fazer uma cirurgia no coração e estou aguardando o plano que não libera o meu procedimento. Estou fraco, debilitado e preciso voltar com minha vida é meu trabalho“, disse à época.
Recentemente, MC Marcinho viu dois de seus principais sucessos virarem tema de novela. “Glamurosa” e “Garota Nota 100” foram incluídas na trilha sonora de “Vai na Fé”, trama das 7 da TV Globo que terminou há duas semanas. “Depois de 30 anos ver a música renascendo pra nós [do funk] é muito bom.”, disse em vídeo enviado ao “Mais Você”, da TV Globo.
Ao longo de 30 anos de carreira, MC Marcinho sempre fez questão de mostrar em suas músicas que era um romântico por excelência e referência: “O amor, ele é pra sempre, né? Você vê nas canções de Roberto Carlos, Djavan, que as músicas desses caras são eternas, e quando você fala de amor vai perpetuando, vai passando de geração em geração.”, disse.
Ainda não há informações sobre o funeral do artista.
