Música

#TBTdoOA – Em 1999, gravadora impediu Elza Soares de usar música de Simonal por exclusividade a Ivete Sangalo

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Hoje chega aos cinemas a cinebiografia de Wilson Simonal, por isso a nossa coluna é especial com um acontecimento que deu o que falar em 1999.

Naquele ano, Elza Soares preparava para lançar o CD “Elza ao Vivo – Carioca da Gema”, de forma independente após quase dez anos sem gravar. Porém, após quase 5 mil cópias prensadas, o lançamento do CD teve que ser suspenso por causa do contrato de exclusividade em relação a música “Sá Marina”, sucesso na voz de Wilson Simonal nos anos 60.

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Segundo informações da Folha de São Paulo, os autores da música Antônio Adolfo e Tibério Gaspar haviam assinado um contrato de exclusividade com a Universal Music para que “Sá Marina” fosse relançada no primeiro álbum solo de Ivete Sangalo. Um mês da suspensão, tanto a Universal Music quanto a Veveta abriram mão da exclusividade, porém já era tarde demais, Elza já nem queria mais saber da música.

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Em entrevista ao mesmo jornal, Elza demonstrou que o embargo foi uma ‘porrada no estômago’ e um desrespeito a sua carreira musical. Isso me prejudicou muito. Tivemos que parar com tudo. Foi uma porrada na boca do estômago. Eu quis prestar uma homenagem ao Wilson Simonal, que foi o criador da pilantragem com Carlos Imperial. Ninguém mais canta, ninguém mais fala da pilantragem, que era um som maravilhoso. Preparamos o CD, eu pedi permissão ao compositor de “Sá Marina”, Antônio Adolfo, ele disse que tudo bem. Quando estamos com tudo preparado, meu empresário recebe o fax da Warner Chappell proibindo a música. Pô, eu, com tantos anos de carreira, já batalhei por esse país todo… O fax dizia que a música era exclusividade da Ivete Sangalo. Não vem com essa história, o ritmo dela não é esse, a música que canta não é essa”.

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Na mesma entrevista, Elza disse que a escolha da canção foi uma homenagem ao Wilson Simonal porque não se falam mais de ‘pilantragem’ como antigamente. Perguntada sobre a história em relação as delações, a cantora disse não acreditar e disse ter sofrido torturas na ditadura, chegando a ser exilada do país em 1969 junto com o seu marido, o jogador Garrincha. A cantora reafirmou também não ter medo que a homenagem fosse mal recebida: Como vão receber mal? Estou cantando música, não estou me metendo em negócio de política. O que ele fez ou deixou de fazer não me compete. Se fosse tão ruim, não me tiravam uma música e davam para a outra cantar. Então o preconceito é só contra os negros? Por quê?

Não podemos esquecer que “Sá Marina” foi um sucesso na voz da Ivete Sangalo, assim como o seu primeiro álbum homônimo, que chegou a vender mais de 400 mil cópias. Chegou a ser marcado um dueto entre Wilson Simonal e Ivete Sangalo, mas não ocorreu por causa do problema do cantor em suas cordas vocais. Uma pena, pois seria um encontro épico.

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