
O médico também elencou em quais caso deve-se procurar um profissional especializado
O desejo sexual, ou libido, é uma característica fundamental da vitalidade humana. No entanto, pesquisas indicam que uma parcela significativa da população brasileira enfrenta desafios nessa área. Um estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo revelou que 48,5% das mulheres que procuraram auxílio médico por disfunções sexuais relataram falta ou diminuição do desejo sexual .
Entre os homens, a situação também é preocupante. Uma pesquisa com 2.862 homens brasileiros encontrou uma prevalência de disfunção erétil (DE) de 45,1%, sendo que muitos desses casos estão associados à diminuição do desejo sexual .
Esses dados refletem uma realidade complexa, onde fatores biológicos, psicológicos e sociais interagem, influenciando a saúde sexual dos indivíduos. O médico sexologista e terapeuta sexual listou os principais motivos para a perda de desejo sexual:
1. Fatores psicológicos e emocionais: Depressão, ansiedade e estresse são condições que afetam diretamente a libido. A produção elevada de cortisol, o “hormônio do estresse”, pode reduzir o apetite sexual .
2. Problemas de relacionamento: Conflitos conjugais, falta de comunicação e ressentimentos acumulados podem levar à diminuição do desejo sexual, especialmente quando não há esforço mútuo para resolver as questões.
3. Monotonia e rotina: A previsibilidade excessiva na vida sexual pode reduzir a excitação e o interesse, tornando as relações menos satisfatórias.
4. Fatores socioculturais: Normas culturais repressoras e tabus relacionados à sexualidade podem inibir o desejo sexual, especialmente em mulheres .
5. Questões fisiológicas: Alterações hormonais, uso de certos medicamentos e condições médicas podem impactar negativamente a libido .
É comum que o desejo sexual diminua em relação a um parceiro específico, mesmo que o interesse sexual geral permaneça. De acordo com João Borzino, isto ocorre por diversos motivos:
* Falta de admiração ou respeito: Quando um parceiro deixa de evoluir ou de investir na relação, o outro pode perder o interesse sexual.
* Resentimentos não resolvidos: Mágoas acumuladas podem criar barreiras emocionais que dificultam a intimidade.
* Falta de novidade: A ausência de novidades e surpresas na relação pode tornar a vida sexual previsível e menos excitante.
“Nesses casos, é essencial que o casal busque formas de reconectar-se emocionalmente e reintroduzir elementos de novidade e surpresa na relação”, aponta.
De acordo com o médico, é aconselhável buscar auxílio quando:
* A falta de desejo sexual persiste por um período prolongado.
* A situação causa sofrimento significativo ou afeta negativamente o relacionamento.
* Há suspeita de que fatores psicológicos ou médicos estejam contribuindo para o problema.
“Profissionais especializados como eu, Dr João Borzino resolvem, mas é importante esclarecer: a maioria das pessoas imagina que ginecologistas, urologistas, psiquiatras, endocrinologistas ou psicólogos são os profissionais especializados. Aí mora o engano: todos estes podem sim, contanto que tenham formação em sexologia e terapia sexual, o que não acontece com a maioria”, completa.
O médico afirma que não existe devido encaminhamento ao sexologista de formação pelos profissionais de saúde que recebem as queixas.
“Os pacientes tem vergonha em revelar sua intimidade aos profissionais de saúde, dificultando ainda mais o tratamento efetivo. O pior, tudo isso abre brecha ao charlatanismo aplicado por clínicas escusas que vendem medicações paliativas, métodos mirabolantes enganosos, alimentam a indústria de próteses penianas. Tudo isso se espalha malignamente pelo oportunismo maquiavélico destas pocilgas que amplamente estão difundidas em todas as mídias, pois sabem que as pessoas acabam por procurar por ajuda “ na cala da noite “, por vergonha e medo de exposição de sua disfunção sexual”, destaca.

Segundo João Borzino, existe um tabu em torno do sexo. Ele diz que falta conhecimento de valor e sobra informações rasas, soma a isso a sexualidade não ser levada a sério pela maioria dos profissionais de saúde.
“Concluindo, estou aqui lidando com a realidade estatística de grandes estudos, teoria e prática, mas se somado a minha experiência clínica de 22 anos de atendimento em psicoterapia sexual individual e de casal, afirmo em resumo: Os grandes problemas são a falta de auto conhecimento, o tabu sobre o comportamento sexual ( que gera grandes frustrações diante da realidade verdadeira sobre a sexualidade humana), e a falta de boa comunicação entre os parceiros. Homens não entendem como as mulheres desejam e vice-versa. Mesmo em uma era digital onde o conhecimento é de fácil acesso, as informações não são de qualidade que ao invés de ajudar, acabam por piorar a situação .A sexualidade não é levada a sério pela maioria dos profissionais de saúde, cai na banalidade e abre brecha para os desqualificados e charlatões “capturarem” os indivíduos que sofrem com problemas sexuais, e praticam uma verdadeira extorsão hedionda de tratamentos caríssimos e enganadores. CUIDADO!”, finaliza.