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Dora Freind fala ao OA sobre sua carreira e sua personagem em “Amor de Mãe”

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Intérprete da personagem Loyane na novela “Amor de Mãe”, que vive o dilema de uma mãe adolescente que não tem com quem deixar o filho para estudar e tenta convencer o seu irmão Farula (Mc Cabelinho), Dora Friend conversou com o OA sobre a personagem e a sua carreira.

A atriz contou que para viver a Loyane se inspirou muito no filme “Meninas” da Sandra Werneck e tem recebido muitos comentários positivos sobre a sua interpretação.

Com apenas 20 anos e prestes a se formar em Artes Cênicas pela Unirio, Dora já recebeu Melhor Atriz no 72o Festival de Cinema de Veneza por sua atuação no longa-metragem “Mate-me por favor” (de Anita Rocha da Silveira) e foi destaque na temporada passada de “Malhação” com a personagem Bárbara, que tinha ajudava a sua prima mais nova que sofria de gordofobia. Para Dora, a personagem foi um presente.

Assim como as suas personagem em “Malhação” e em “Amor de Mãe”, Dora também levanta bandeiras de diversidade e segundo a própria isso se deve a ter uma família que sempre propôs afeto e liberdade.

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OA – Atualmente você está no ar na novela Amor de Mãe com a personagem Loyane, uma estudante que tem um filho e não tem com quem deixar. Como foi o processo para compor o personagem? Foi inspirado em alguma história real?

Dora – “No processo pra compor a personagem eu tive preparação de elenco antes da novela começar. Além disso eu assisti muitos filmes sobre mulheres que engravidam na adolescência e me inspirei principalmente no longa-metragem “Meninas”, da Sandra Werneck. Fazia vários exercícios de espelhamento baseado nas meninas que assisti ali no filme.”

OA – Você tem recebido feedbacks do público em relação a Loyane?

Dora – “Sim! Principalmente no dia que foi ao ar a cena que a diretora manda a Loyane ir para casa e não permite que ela assista aula com o bebê no colo. Muitas meninas passaram pela mesma situação e falaram sobre isso comigo!”

OA – E como e quando você soube como seria a personagem? 

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Dora – “Fui descobrindo aos poucos e ainda descubro. O interessante de uma trama aberta é que sempre estamos recebendo novas informações. Isso mantém os personagens muito vivos.”

OA – Antes de Amor de Mãe você tinha feito a temporada passada de Malhação a Bárbara, que ajudava a sua prima superar a gordofobia. Como é para você lidar com temas atuais e importantes?

Dora – “Pra mim é incrível quando consigo me posicionar através de personagens. Tanto a Bárbara quanto a Loyane me proporcionam isso. Eu, como atriz, me manifesto através delas. É um presente.”

OA – Ainda nesse sentido, qual outro tema importante você gostaria de interpretar uma personagem?

Dora – “Tenho vontade de viver uma “vilã”, alguém que erre bastante, para humanizar e entender o máximo possível a personagem. Não acredito no maniqueísmo, nessa separação do bem e do mal. Ninguém é uma coisa só.”

OA – Assim como as personagens, você também é uma pessoa empoderada e que trata disso em suas redes sociais. Você sempre foi assim? 

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Dora – “Não teve um dia em que eu simplesmente virei essa chave. É uma construção diária. Sempre tive uma família que me criou com muito afeto e liberdade e acho que isso colaborou muito com a minha autoestima, mas é um dia de cada vez.”

OA – Uma das bandeiras que você levanta é a de quebrar padrões corporais. Levando para o lado artístico, isso ainda é difícil?

Dora – “Sinto que ainda tem muito a ser conquistado. As mulheres, principalmente, que foram criadas para não se sentirem à vontade com o próprio corpo. Essa falta de liberdade afeta em todos os aspectos da vida e o artístico não escapa disso. Até porque, muitas mulheres vivem dedicadas a isso, a atingir o corpo “perfeito”. Mas é também na arte que a gente consegue abrir brechas e se questionar o porquê de tudo isso. E é aí que as coisas começam a mudar.”

OA – Ainda nesse sentido, você encontrou dificuldades na sua carreira? 

Dora – “Pessoalmente, não. Sei que ainda é muito recente o quanto a representatividade vem mudando de fato as coisas no nosso meio, mas eu sinto que sempre tive oportunidade de mostrar meu trabalho e de fazer parte desse universo sem julgamentos.”

OA – Você também está se formando em artes cênicas. Qual é dica que você dá para quem quer fazer o curso? 

Dora – “Não perca o prazer de estudar. Ninguém entra em artes cênicas para dar diploma para os pais ou para ter uma vida estável. Se você entrou nessa é para seguir o seu desejo, o seu prazer. Então não deixe que, com o tempo e a rotina, você encare a faculdade como um dever e sim como um direito.”

OA – Quais são os seus projetos futuros?

Dora – “Estou escrevendo um projeto, só quando acabar vou descobrir se é uma peça ou um livro, mas em 2020 acabo e conto para vocês hahahah!” 

OA – Quais são os conselhos que você dá para quem não está com a autoestima elevada e/ou se sente infeliz por não estar no padrão? 

Dora – “Eu acredito muito em usar de artifícios concretos para elevar a autoestima. Claro que existe um trabalho muito importante interno e psicológico de dentro para fora, mas também acho importante fazer o movimento oposto, de fora pra dentro. Ou seja, descobrir atividades que façam com que a pessoa se ame mais. Pode ser entrar uma aula de dança do ventre, viajar sozinha, fazer um ensaio fotográfico, aprender uma língua nova. Podemos usar o mundo e o que ele tem a nos oferecer para nos sentirmos melhor com nós mesmos!”

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