Na noite desta segunda (06), vai ao ar o especial “Falas Femininas: Histórias Impossíveis”, em que a história do primeiro episódio irá girar em torno da empregada doméstica Mayara (Luellem de Castro) e de sua patroa, a Laura (Isabel Teixeira).
Tudo começa quando Mayara passa no vestibular e está em seu último dia trabalho. Ela vê sua patroa como uma “pessoa diferente” por ser mãe solo, mas na verdade não acaba sendo assim, e a coloca em perigo ao limpar a janela.
A importância de trazer essa história, já debatida em outras produção, ainda é mais do que necessário. Quem for assistir, poderá até fazer um paralelo com o filme “Que Horas Ela Volta?”, porém sem o viés mais leva que a narrativa da Ana Muylaert tem.
Sem destacar que, em ambas, retratam da empregada ser “da família”, mas desde que não ocupem lugares que até então são das patroas e de seus filhos e demais parentes.
Outro ponto que merece destaque são as atuações de Isabel Texeira e da Luellem. No caso da Isabel, é o seu primeiro papel após o sucesso da Maria Bruaca em “Pantanal”, no ano passado. A própria atriz contou na coletiva de imprensa que aceitou por estar num momento de “soltura”.
Ainda na coletiva, a Luellem também contou da importância da série estar na TV aberta para ter esse diálogo. É inegável falar do alcance que a TV aberta ainda tem nesse país, mesmo que uma bolha, de classes sociais mais alta, a desdenham e optam pelo streaming. Porém, nisso é preciso também um outro destaque: a série irá ao ar após o BBB23, por volta das meia-noite. No caso, acaba sendo um horário muito tardio para uma produção que tem um potencial forte se fosse exibida mais cedo.
Outro ponto que merece destaque é a representatividade, uma vez que os episódios serão escritos por três autoras negras (Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza).
Inclusive, as histórias que serão contadas nos episódios, foram feitas através de uma pesquisa realizada.
“Ao longo do desenvolvimento dos episódios, nós fizemos uma série de pesquisas sobre o medo e seu funcionamento na mente humana, além de termos recorrido a fontes diversas, como teses e contos. Também criamos a nossa própria fonte através de uma pesquisa quantitativa, realizada on-line e conduzida pela pesquisadora do projeto, Jaqueline Neves, onde tivemos a resposta de cerca de mil mulheres, de 15 a 78 anos, de norte a sul do país, classes e raças distintas, que dividiram conosco seus maiores medos. Ao entrar em contato com a pesquisa, entrei em contato com o meu próprio medo, porém, o meu maior medo nunca é só feminino, ele intersecciona com raça, e são essas duas condições insolúveis que me compõem como sujeito no mundo e afetam todos os setores da minha vida, do afetivo ao profissional. Pensando nisso, talvez um dos meus maiores medos seja que o racismo e o machismo, que infelizmente ainda existem no audiovisual, me impossibilitem de contar as histórias que quero contar. Histórias sensíveis, críticas, que construam novas imagens, capazes de repovoar o imaginário nacional” – disse Renata.
Ou seja, “Falas Femininas: Histórias Impossíveis” é imperdível!