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Crítica: ‘Stranger Things 4 – Vol. 1’ recupera fôlego da série e dá desfecho digno

STRANGER THINGS. (L to R) Finn Wolfhard as Mike WHeeler, Noah Schnapp as Will Byers and Millie Bobby Brown as Eleven in STRANGER THINGS. Cr. Courtesy of Netflix © 2022
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A quarta e última temporada de “Stranger Things” com certeza é aquela que será nostálgica para os fãs da série, já que diversos elementos que a tornaram um sucesso acabaram reaparecendo durante os episódios, que foram divididos em dois volumes. A primeira parte, com sete episódios, chega na próxima sexta (27), enquanto os dois restantes somente em 01 de julho.

A nova leva de episódios gira três anos após o grande acontecimento no shopping de Hawkins com o Demongorgon. Agora, a turminha cresceu e precisa lidar com os outros dilemas.

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O principal dos primeiros episódios são o bullying em que a Eleven (Millie Bobbie Brown) acaba sofrendo em sua nova escola, após ter se mudado junto com Joyce (Winona Ryder), Jonathan (Charlie Heaton) e Will (Noah Schnapp). Nesse arco, ficamos com raiva com o que a personagem acaba passando, como se ela já não tivesse sofrimento suficiente. É uma boa abordagem, que acompanha junto com a evolução da história. E a “vilã” Ângela (Elodie Grace Orkin), poderia ter uma abordagem mais profunda não história, não ficando somente como a garota que humilha a Eleven. Um arco que aproximasse ambas e mudasse o seu comportamento também iria soar bem.

Mesmo assim, destaca que nessa parte que Eleven enfrentou a situação de forma emotiva, já que seus poderes haviam sido neutralizados. Olhando para esse lado, foi um acerto em mostrar ela de forma mais humana e aprendendo a conviver em sociedade fora do laboratório e do aconchego de seus amigos, que é o seu porto seguro.

A icônica turma consegue ter um novo ar com as novas histórias em que acabaram sendo criadas nesta temporada. Nesse caso, o fato de ter tido mais tempo em relação a última, por conta do adiamento das gravações por causa da Covid-19, pode ter ajudado na ideia de não ser “mais do mesmo” e muito menos encerrar de qualquer jeito.

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Como eles cresceram, a abordagem da série também evoluiu! Uma prova disso está no arco com drogas envolvendo a Chrissy (Grace Van Dien), que uma nova personagem que é patricinha e usuária de maconha. Aliás, ela acaba sendo importante para história, pois através dela que acaba aparecendo Vecna, o monstro desta temporada.

A entrada de Vecna na história serviu para dar um novo fôlego, que já estava batido na última temporada, e encerrar de forma digna a trajetória de “Stranger Things” de forma digna. Soa interessante que ele diferencia da forma que Demongorgon aterrorizava. Toda a história envolvendo o vilão acaba sendo empolgando e um acerto na história dos Irmãos Duffers.

Como praxe em algumas histórias, a série se conecta com o seu passado para desenrolar situações do presente. Isso acaba sendo um presente para os fãs da série, que acabam embarcando no clima nostálgico relembrando as outras três temporadas. Trazer esse flashback/revival dos momentos é outro acerto.

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A temporada tem novos personagens além da já citadas e que contribuem profundamente para a história, como o Victor Creel (Robert Englund) e a sua família, que acaba sendo o ponto-chefe no desencadeamento da história. Outros novatos que agregam são Yuri (Nikola Djuricko), Dmitri (Tom Wlaschiha) e Jade (Logan Allen). Muita expectativa se criou relacionado a Vickie (Amybeth McNulty), a protagonista de “Anne With An E”, mas a personagem não agrega em nada ao roteiro. Isso soará como uma decepção para os fãs da atriz.

Os novos episódios tem uma duração acima da média em relação a uma série, chegando ao episódio sete com 1h38 de duração. Nessa leva, em alguns não era necessário ter a duração de mais de uma hora, já que há situações que acabam “enchendo linguiça” para completar o tempo de arte. Talvez, se mantivesse a média de 50 minutos e deixasse os capítulos finais com pouco mais de 1h de duração fosse o ideal.

Em contrapartida, os espectadores ficam ligados em três tramas que acontecessem de forma simultânea: Vecna, os problemas da Eleven e Jim Horper (David Harbour) na União Soviética.

Inclusive, Jim acaba reaparecendo na atual Rússia após o plano deles de capturar o Demongorgon para a estratégia deles. Por ser norte-americano, acaba sendo preso e torturado na prisão, até que Joyce e Murrey (Brett Gelman) entram em um plano para salva-lo. Este arco só serve para explicação de uma pergunta da terceira temporada e, diga-se de passagem, poderia ter tido menor duração na temporada. Empolga, mas era um núcleo que seria melhor se fosse ambientado de forma mais rápida.

Uma personagem que ganhou ainda mais destaque e importância foi a Max (Sadie Sink), que conseguiu entregar uma boa atuação.

Na direção, há o destaque em que, pela primeira vez na série, há o uso de plano-sequência, que é quando a cena é filmada de forma contínua. Além claro, o clima nostálgico dos anos 80 continua vivíssimo e com evolução tecnológica, com direito a uma hacker.

Ademais, “Stranger Things” tem uma temporada de encerramento de forma digna e, diga-se de passagem, a sua altura.

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